Tema batido, é bem verdade. Mas
deve-se dizer que ainda dá muito pano pra manga quanto a escrever sobre ele.
Ontem, na rua, andei a pensar sobre
isso. Estava eu em uma agência bancária, quando de repente e inesperadamente
começou a chover. Estava desarmado, sem meu guarda-chuva. Foi então que reparei
em um senhor que vendia coisas em frente ao edifício. E ali tinha guarda-chuva.
Perguntei a ele o preço. Me assustei com sua resposta, quando me disse na lata:
30 reais. Eu só faltei levantar os braços e pedir para ele levar tudo meu.
Absurdo esse preço, e ficou claro que ele se aproveitou da situação para
lucrar.
Aí andei a refletir, e pensei em
outra situação no carnaval. Quando o bloco estava na rua, já no meio do
caminho, desabou um temporal, e várias pessoas estavam vendendo capas de chuva.
O preço? 10 reais. Um absurdo, porque momentos antes era vendido a 5. Perguntei
a um senhor se ele não fazia por 5, e a resposta foi não. De repente, uma
senhora ao lado dele aceitou, mas o outro se irritou com ela, porque “estragou”
o negócio dele.
Ora, ficou claro para mim que os
brasileiros, não sei se em geral, mas boa parte, são aproveitadores de
situações quando o outro lado acaba por estar em uma relação mais fraca. Isso é
apenas reflexo do que temos no congresso. Essa atitude desses camelôs que,
diga-se de passagem, não pagam impostos, representam a mesma corrupção que
estamos cansados de ver. Um preço tem que ser o mesmo o tempo inteiro, haja ou
não mudança nas circunstâncias.
Uma coisa é certa, quem pratica
esses aumentos de preço certamente reclama dos políticos brasileiros e está
cansado da roubalheira, mas, talvez mesmo sem perceber, fazem a mesma coisa.
Me pergunto: esse país ainda tem
jeito? Quero acreditar que sim, mas,
sinceramente, minhas esperanças cada vez ficam menores.